Justiça condena Jamil e Kácio a 9 anos de cadeia
e o empresário Enoch Andrade Silva a 11 anos e 11 meses. Além dos ex-secretários de Desenvolvimento Social de Ilhéus, Jamil Ocké e Kácio Clay Silva Brandão, e de Enoch, foram condenadas mais cinco pessoas envolvidas na quadrilha.
Todos foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pelo Ministério Público em Ilhéus, que executaram a Operação Citrus em março, visando desmantelar o grupo criminoso.
Ele fraudava e superfaturava licitações e contratos na Prefeitura de Ilhéus desde 2009, segundo o MP, vencendo contratos com para fornecimento de bens de vários tipos, mas sempre usando as rubricas de “gêneros alimentícios” e “materiais de expediente/escritório”.
Segundo os promotores, somente as empresas de Enoch Andrade teriam recebido da secretaria de Jamil e Kácio, entre 2013 e 2016, mais de R$ 5 milhões neste esquema, que contava com a participação de outros servidores.
Como faziam
O MP-BA cita a fraude no pregão presencial nº 110/2015, que previa a compra de 20 mil kg de frango congelado para ser distribuído na Semana do Natal. As investigações indicam ainda fraude no contrato nº 188/2015, ligado a ele.
Antes da execução do contrato, a empresa Marileide S. Silva de Ilhéus, sabendo que o pregão presencial 110/2015 já tinha o vencedor combinado, aumentou o preço do frango para R$ 7,15 o quilo, muito acima do pago ao verdadeiro fornecedor, o Frigorífico Ubatã.
Além disso, ao invés dos 20 mil kg de frango licitados, foram entregues apenas 18 mil kg e de outra marca, “em evidente prejuízo ao erário por pelo menos dois motivos: elevação arbitrária dos preços e alteração da qualidade e quantidade da mercadoria fornecida”.