geral na Bahia, mas em municípios que fazem divisa com Minas Gerais e Goiás. A Secretaria de Saúde da Bahia só recomendou que 45 municípios vacinem a população contra a febre amarela, que se tornou um surto em Minas Gerais, que faz divisa com a Bahia, e São Paulo.

Depois, na sexta-feira 20, incluiu cidades do extremo-sul, porque são muito visitadas por mineiros no verão. É o caso de Teixeira de Freitas, onde recentemente foi notificado um caso da doença em uma pessoa de Teófilo Otoni (MG).

As outras cidades da região com recomendação de imunização são Alcobaça, Belmonte, Caravelas, Eunápolis, Guaratinga, Ibirapuã, Itabela, Itagimirim, Itamaraju, Itanhém, Itapebi, Jucuruçu, Lajedão e Medeiros Neto.

Mais Mucuri, Nova Viçosa, Porto Seguro, Prado, Santa Cruz de Cabrália e Vereda. A secretaria ainda incluiu na recomendação Vitória da Conquista (sudoeste), um importante eixo rodoviário ligado com Minas Gerais.

Sem pânico

Segundo a Sesab, não há nenhum caso de febre amarela originado na Bahia e a vacinação é preventiva. Não haverá uma campanha de imunização, porque não há necessidade. As doses já estão disponíveis nos municípios indicados, todos do oeste da Bahia.

A decisão ocorre depois de 6 casos de epizootia (transmissão entre animais hospedeiros) em macacos no município de Coribe, no Oeste da Bahia, por prevenção. O cuidado foi redobrado após a confirmação de um óbito em Ribeirão Preto (SP) e casos suspeitos em Minas Gerais.

Maria Aparecida de Araújo, diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesab, explica que o registro de morte dos primatas é um alerta para uma possível circulação do vírus causador da doença em áreas silvestres (matas).

Quase extinta

A febre amarela urbana não tinha nenhum caso desde 1942. Mas neste ano foram registradas 38 mortes em Minas Gerais e duas em São Paulo (São José do Rio Preto e Ribeirão Preto). Outros 133 casos eram investigados pelo Ministério da Saúde até sexta, 19.

Não está havendo transmissão nas cidades, porém todas as regiões do país possuem áreas rurais, regiões de cerrado e florestas, onde há risco de transmissão. Nestas áreas, a infecção é transmitida por mosquitos do gênero Haemagogus (principalmente).

O ciclo do vírus é mantido através da infecção de macacos e da transmissão transovariana no próprio mosquito. O vírus da febre amarela não é transmitido de pessoa para pessoa, apenas pela picada de mosquitos infectados.

A vacina contra febre amarela não é recomendada para pessoas com lúpus, câncer e HIV, com mais de 60 anos, grávidas ou pessoas que têm alergia a gelatina e ovo, ingredientes do produto. A doença aparece de 3 a 6 dias após a infecção.

Os sintomas iniciais são febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo, náuseas, vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria dos casos é de manifestações leves ou não tem sintomas. 20% a 40% das pessoas com a versão mais grave da doença (15% dos infectados) podem morrer.