- oferece passaporte e abre mão, em termos, de seu sigilo bancário. O ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB, está com medo de ser preso em uma nova fase da Operação Lava-Jato. Por isso, ele enviou ofício ao Supremo Tribunal Federal oferecendo seus sigilos bancário e fiscal, além do passaporte.

Geddel diz no ofício que pode entregar o passaporte e promete informar o STF sempre que fizer uma transação bancária acima de R$ 30 mil. Os advogados dele dizem que não há motivo para preocupação, mas fizeram o pedido.

O peemedebista foi citado várias vezes no mesmo inquérito que investiga Michel Temer. Joesley Batista, um dos donos da JBS que fez delação premiada, disse que tratava de seus interesses no governo federal através de Geddel.

Já Lúcio Funaro, operador do PMDB que está preso na Penitenciária da Papuda, afirmou à Polícia Federal que Geddel fez ligações para sua esposa para descobrir se ele ia mesmo fazer uma delação premiada.

Denúncia no Ceará

O Ministério Público Federal do Ceará pediu inquérito para apurar corrupção na construção do Adutor Castanhão, sistema de transposição de água para Fortaleza. O pedido foi baseado em relatos de ex-executivos da Odebrecht, no âmbito da Lava Jato.

Segundo os delatores, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) recebeu propina na obra. Eles contam que formaram um cartel com as empreiteiras Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, em 2005, para fraudar a licitação e o contrato com a Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará.

Os ex-executivos Ariel Parente Costa e João Pacífico afirmam que a Odebrecht pagou propina a Geddel, que era o ministro da Integração Nacional do governo Lula (2007-2010), ao ex-governador Lúcio Alcântara (PR) e o ex-secretário de Recursos Hídricos, Edinardo Ximenes Rodrigues.

As suspeitas contra Geddel serão apuradas pela Procuradoria da República, no Distrito Federal. No caso de Alcântara, os crimes estariam prescritos e Edinardo Rodrigues já faleceu.