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frigorifico
18.Março.2017

Frigoríficos vendiam carne podre disfarçada

e frango com papelão, além de embutidos feitos com carnes proibidas, segundo a investigação da Polícia Federal que resultou em sua maior operação até hoje. Foram cumpridos 27 mandados de prisão preventiva, 11 de temporária e 194 buscas e apreensões.

A operação se concentrou nos frigoríficos JBS Friboi, Seara e BRF, além de outros menores. Dois executivos da Friboi foram presos, junto com mais de 20 funcionários públicos, dirigentes do BRF Brasil, um funcionário da Seara e o dono do frigorífico Larissa, Paulo Rogério Sposito.

O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, anunciou na sexta-feira que 33 servidores da pasta foram afastados. Tudo isso aconteceu na sexta-feira e as revelações de como eram tratadas as carnes e embutidos chocaram o país.

A investigação revelou a venda de carnes podres e maquiadas com ácido ascórbico por alguns frigoríficos, a re-embalagem de produtos vencidos, carne contaminada por bactéria, uso de produtos cancerígenos, frango e carne misturados com papelão.

Tinha carne estragada usada em salsichas e linguiças, carne mal refrigerada, injeção de água para aumentar o peso, produtos para a merenda escolar sem proteínas de carne, só de soja, uso de carne de cabeça de porco para a produção de linguiças.

Fraudes e crimes

A investigação mostra que os frigoríficos tinham influência no Ministério da Agricultura para escolher os servidores que fazem a fiscalização na empresa, através de propina. Roney dos Santos, executivo da BRF, tinha até acesso ao login e senha do sistema de processos do órgão.

“Dedo”, “luva” e “documento” eram alguns dos termos usados pelos fiscais agropecuários para o pedido de propina. Mas não era só isso. Carne, frango, pizzas, ração para animais e botas eram usados como pagamento para o fiscal fazer vista grossa.

Segundo a Receita Federal, os fiscais se valiam da distribuição de lucros e dividendos de empresas fantasmas, da montagem de redes de lanchonetes em nome de laranjas e da compra de imóveis em nome de terceiros para esconder o aumento do patrimônio via propinas.

As propinas pagas a fiscais do Ministério da Agricultura para afrouxar a fiscalização em frigoríficos também serviam para abastecer o PMDB e o PP, segundo a Polícia Federal. “Uma parte dos valores era revertida para esses partidos”, afirma o delegado Maurício Moscardi Grillo.

A PF não sabe o motivo para os fiscais repartirem o dinheiro com os partidos nem identificou os políticos beneficiados.