e queria cumprir prisão no seu apartamento de luxo em Salvador. Ele alega que está ameaçado de “ser estuprado” no Presídio da Papuda, no DF. Mas a Justiça Federal de Brasília negou o pedido para que Geddel Vieira Lima fosse transferido para prisão domiciliar ou, como alternativa, para uma prisão militar.

O requerimento foi negado pela juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, que ressaltou o fato de os advogados do peemedebista terem usado informações “inverídicas” e “especulativas” na petição.

Geddel não corre riscos na cadeia e está detido de forma adequada, na ala reservada aos presos que têm curso superior, afirmou em sua decisão a juíza Lélia Cury, da Vara de Execuções Penais, ao negar o pedido da defesa do ex-ministro de Lula e Temer.

Preso em casa

Ele foi preso no dia 8, depois que a Polícia Federal descobriu uma montanha de dinheiro, R$ 51 milhões em espécie, no apartamento que Geddel emprestou de um amigo, na capital baiana. O dinheiro estava em malas e caixas de papelão no “bunker” do peemedebista.

Geddel foi o ministro responsável pela bilionária transposição do Rio São Francisco, no governo Lula, onde ficou 8 anos; vice-presidente da CEF no governo Dilma e secretário por 3 meses no governo Temer. Ele é investigado por fraudes quando estava na Caixa Econômica.

As impressões digitais de Geddel estavam nas notas de Real, assim como as de Gustravo Ferraz, preso suspeito de ajudar Geddel na destinação do dinheiro. A apreensão do dinheiro foi autorizada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira.

Entrega em mãos

O juiz afirmou que Geddel “estava fazendo uso velado do aludido apartamento, que não lhe pertence, mas a terceiros,” para guardar objetos que, pelas circunstâncias, têm relação com os fatos investigados (“vultosos valores, delitos de lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa”).

O empresário Sílvio Antônio Cabral da Silveira afirmou em depoimento à Polícia Federal que havia emprestado a Geddel o apartamento onde foram encontrados os R$ 51 milhões. Já o operador Lúcio Funaro disse ter entregue ‘malas e sacolas de dinheiro’ ao ex-ministro.

Ele declarou ter feito ‘várias viagens em seu avião ou em voos fretados, para entregar malas de dinheiro para Geddel Vieira Lima’. “Essas entregas eram feitas na sala VIP do hangar Aerostar, localizada no aeroporto de Salvador, diretamente nas mãos de Geddel”, declarou Funaro.