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Abril de 2007

Exclusivo: Anderson conta como foi a chacina
de Itajuipe para o jornal A Região. Anderson Gonçalves dos Reis, 24 anos, estudante de Relações Exteriores da FTC, em Itabuna, contou à nossa reportagem os detalhes da chacina.
      "Ele tinha um caso com a dona do sítio, Ediane e estava querendo pular fora, mas não via como. Américo já havia dito a ela que ia acabar, porém Ediane não aceitou. Ele ficou com medo da informação chegar até a família dele, que mora em Itabuna". Anderson
      "Um dia me ligou e perguntou se eu queria fazer um 'serviço' para ele, isso porque eu vinha pedindo sempre emprego pra ele". O emprego seria um dos pagamentos pelo 'serviço'.
      "O plano já estava todo pronto. Se não fosse feito por mim, com certeza seria por outras pessoas, mas ele preferiu que eu fizesse porque ninguém ia desconfiar, já que era muito amigo e próximo dela".
      "Eu acreditava que teria o emprego de volta, além das coisas da casa de Ediane que ficariam comigo. Américo disse ainda que ia tentar me dar uma casa e o carro de Ediane, que estava 'sumido', aquele que deixamos no Jardim Primavera".
      "A primeira vez que fui procurado por ele, falei que não faria, mas com o passar do tempo, minha família vinha me cobrando coisas, me sustentando... foi quando eu conheci Alex (meu parceiro), e decidimos ficar juntos".
      "No final de semana, Américo me chamou de novo e falou sobre o plano de matar Ediane, lembrando que o crime seria em troca do emprego. Eu, então, aceitei".
      Os acordos foram feitos por telefone. O único encontro entre Anderson e o mandante foi perto da rodoviária de Itabuna quando, diz ele, Américo lhe deu a arma usada na chacina. Anderson já trabalhou com Américo na Petrobrás, como prestador de serviços.
     
      As crianças
      Anderson conta com detalhes como assassinou as crianças. "Matamos as crianças afogadas. Elas sequer reagiram, pois me conheciam. Já tinha ido várias vezes à casa de Ediane, não sei precisar quantas, só posso afirmar que foram muitas".
      "As crianças perguntaram 'onde a mãe tinha ido' e eu respondi que a mãe tinha ido ao hospital e que era para elas dormirem. As coloquei na cama e elas adormeceram. Então eu chamei Alex e as afogamos num tonel ao lado da casa".
      Anderson era amigo de Ediane, de quem gozava da confiança. Quando chegou ao sítio foi recebido normalmente pela vítima, pois freqüentava a casa dela há pelo menos três anos.
      "Quando ela foi saindo do banheiro, perguntou o que estava acontecendo. Eu dei um tiro e ela caiu, não teve tempo para se defender. Com as demais, tudo aconteceu muito rápido. Leide foi morta com uma faca. Eu a segurava e Alex furava".
      "Passei a usar a faca porque não sabia usar a arma. No segundo tiro ela bateu no meu peito, aí eu joguei lá e usamos a faca. As duas primeiras foi um tiro só, arrisquei".
      Neste momento, o assassino não falou com segurança, inclusive gaguejando e não sabendo explicar como uma pessoa que não usa arma de fogo acerta dois tiros certeiros.
      "As armas utilizadas no crime foram jogadas no rio (revólver e faca) e os celulares eram dois, de Ediane e Leide". No entanto, ele omitiu o enxadete localizado pela polícia e o corpo de bombeiros no Rio Almada, que passa nos fundos do sítio.
     
      As ameaças
      Anderson disse que "várias vezes passou pela cabeça que este crime podia ser descoberto, mesmo durante o crime, ainda assim terminei porque precisava do emprego, sem falar que Américo nos ameaçou o tempo todo".
      "Falou que se abrisse a boca, ele ia matar a gente e fugir. Durante todo o tempo em que cometia o crime falamos com Américo por telefone". Enquanto prestava depoimento à policia, Américo fez diversas ligações para o celular de Anderson.
      O fato foi presenciado por delegados, agentes de polícia e escrivães. Em todas elas, queria saber por que os rapazes estavam na delegacia de Itabuna e não em Itajuípe.
      "Tenho conhecimento de que a polícia de Itajuípe o chamou e ele disse que tinha mudado o depoimento para sexta-feira, 9. Américo achou que o crime não fosse descoberto".
      "Quando ele descobrir, com certeza vai fugir. Tem um helicóptero na Petrobrás à disposição dele. Tenho certeza que antes de fugir vai tentar algo contra mim e Alex". A polícia foi mais rápida e o prendeu.
      "Na terça, quando todo mundo estava na porta do sítio, Américo me encontrou na estrada, perguntou se eu estava precisando de dinheiro e pediu pelo amor de Deus para não envolver o nome dele e dizer que estava viajando. Pediu ainda para eu pegar o telefone do delegado de Itajuípe, que ia tentar um contato para amenizar".
      "Quando a imprensa começou a divulgar o caso entrei em pânico, me senti acuado, tive vontade de voltar atrás e deixar tudo no lugar. Meu plano de vida era diferente. Queria terminar minha faculdade, trabalhar. Nunca me imaginei numa situação desta".
      Ironicamente, quem levou a polícia até os corpos foi a mãe de Anderson. "Minha mãe era muito amiga de Ediane, que estava sumida desde domingo. Toda vez que ligava o celular só dava caixa postal, então fomos todos lá".
      "Minha mãe foi quem chamou a polícia para arrombar a porta. Eu ficava nos cantos, não acreditava que tinha feito aquilo, deu vontade de dizer logo que fui eu". Mesmo alegando arrependimento, voltou para pegar os móveis e negociava com José Américo.

Alex contradiz alguns detalhes de Anderson
e conta como o conheceu, em outro depoimento exclusivo do jornal A Região. Alex de Paula Silva, 23 anos, disse conhecer Anderson há seis meses, quando ficaram amigos. Alex
      "Comecei a freqüentar a casa dele e dois meses depois ele me levou para conhecer Ediane, que era muito amiga dele. Passamos a freqüentar a casa, onde morei dois meses".
      "Depois voltei pra casa e Anderson para a dele. Passei a morar com minha irmã, no bairro São Caetano" (local para onde foram levados os móveis retirados do sítio). Segundo Alex, Ediane queria que Anderson fosse morar com ela, porque era sozinha com o filho, mais uma prova da confiança que a vítima depositava nele.
      "Na quinta-feira fomos para Itajuípe porque fui ensaiar na fanfarra. Perdi o último ônibus, então chamei Anderson para dormir na casa de Evo (apelido de Ediane). Dormimos no sítio e, na sexta à tarde, avisamos que retornaríamos para Itabuna".
      "Quando a gente tava indo na BR sentido Itabuna, Américo tava chegando". Os três, então, iniciaram o plano. Já de madrugada, José Américo ligou e disse "preciso que você faça um serviço pra mim".
      "Perguntei para Anderson, mas ele não sabia ainda o que era o 'serviço'. Disse que teríamos uma recompensa boa. No sábado, ele ligou para Anderson e falou 'vai ser hoje porque eu tive uma discussão com Evo e acho que ela vai procurar os direitos dela'".
     
      A motivação
      "José Américo temia que Ediane viesse para Itabuna e que a mulher dele tomasse conhecimento do filho que tinham". Após o crime, Anderson já falou duas vezes com o mandante. Ele ligou para Anderson na terça-feira, quando ainda estavam no local.
      "Américo falou 'você sabe que sou frio, não vou chorar, você sabe também que eu tinha um relacionamento com Evo, mas não era nada garantido, então é o seguinte: isso não pode vazar com meu nome, você sabe qual o meu cargo na empresa e a mídia pode me prejudicar. A mídia vai cair em cima de mim'".
      Alex disse que "Ediane tinha terminado de tomar banho, saía do banheiro, quando a atacou e a segurou por trás. Ela perguntou o que estava acontecendo e respondemos que teria que fazer isso porque foi Américo quem mandou".
      "Ela então pediu 'não façam isso, não'. Se eu morrer cuidem do meu filho". Anderson era praticamente um pai para Juninho, tanto que o menino o chamava de 'tchutchu'".
      Ao contrário do que disse Anderson, Alex afirmou que Ediane foi morta com a faca. "Eu segurei, Anderson esfaqueou. A primeira a morrer foi a loira que eu não sei o nome, parece que é Geisa, morta com tiro dado por Anderson. Só quem morreu com tiro foi ela, o resto com faca e as crianças afogadas". A declaração não bate com a de Anderson.
      "De todo mundo que matamos, só não conhecia a loira. Só usamos revólver com uma pessoa, as demais com garrafa na cabeça e a faca. A faca a gente conseguiu na cozinha mesmo. Depois jogamos fora, no rio que passa no fundo da casa".
      Outra contradição foi quanto ao local onde deixaram os corpos. "A gente colocou no quarto, numa das dependências da casa. Colocamos na coberta e arrastamos até lá. Por último, a gente locou um caminhão para pegar os móveis". Segundo os assassinos, o dono do carro não sabia, pensou que fosse uma mudança normal.
     
      O mandante
      No percurso até a delegacia, José Américo Reis Filho deixou escapar para os agentes e o delegado Nelis que "estava arrependido apenas pela morte do seu filho, esta mulher (Ediane), teve o que merecia".
      Porém, em depoimento, negou, alegando inclusive que sua relação com Anderson teria sido apenas profissional, quando este trabalhou na Petrobrás e era seu subalterno, sendo demitido porque supostamente fraudou um documento oficial.
      Não soube explicar porque não compareceu ao enterro, mesmo tendo um filho brutalmente assassinado. E ao mesmo tempo se disse "surpreso com a presença dos dois rapazes na delegacia", apesar de ter falado ao telefone com Anderson enquanto ele depunha.
      Américo disse ainda que "estava querendo evitar tudo isto. Pergunte quem deu tudo por aquela mulher, quem tirou ela da lama, quem deu um paraíso, deu um filho para ela?".



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