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11 de Outubro de 2003

"Não se promove arte e cultura impondo nada"

       é o que afirma a professora e pesquisadora Maria Luiza Heine, presidente da Fundação Cultural de Ilhéus (Fundaci).
       Escritora com grande afinidade com a arte, desde que assumiu o cargo, em julho desse ano, Maria Luiza Heine tem procurado dinamizar o órgão e uma aproximação maior com o artista. Uma das formas de atingir essa meta é, na opinião da presidente da Fundaci, ouvindo os artistas.
       Para isso ela pretende fazer um cadastro dos artistas ilheenses, se reunir com eles e mostrar o quando a opinião de cada um é importante. Além disso, Maria Luiza pretende trazer de volta projetos e experiências que deram certo, a exemplo do projeto Seis e Meia e Maio mês da Dança.

A Região - Muito mais que o um cargo a presidência da Fundaci não é um grande desafio?
Maria Luiza Heine - Sem dúvida. É um desafio porque, teoricamente, o presidente da Fundação Cultural deve buscar o entendimento com os artistas, em todas as suas formas, como música, artes plásticas, artes cênicas, etc. Isto significa ter uma preferência artística, mas ter que conviver da melhor maneira possível com as outras e, conseqüentemente, com pessoas que pensam de formas diferentes, buscando o equilíbrio para ter um bom relacionamento com estas pessoas.

AR - Uma de suas primeiras ações é a retomada de projetos importantes como o Seis e Meia. São experiências que precisam de mais incentivos?
ML - São experiências que deram certo e precisam ter continuidade. São projetos que valorizam o artista local.

AR - Muito se critica a Galeria do Teatro, principalmente por ser um espaço bem estruturado, porém ocioso. O que fazer para dinamizá-la?
ML - O espaço não é tão ocioso assim, tanto que solicitei da direção do teatro uma listagem de tudo que tem acontecido ali, e aí vocês poderão ver que tem sido bastante utilizado, o que está faltando é maior divulgação.

AR - Nós observamos uma certa distância entre o artista e a Fundaci. O que pode ser feito para estreitar essa relação?
ML - Nós queremos ouvir os artistas, cada pessoa, convidá-lo a participar, a dar opinião, a fazer parte integrante deste espaço que é, sobretudo, da população de Ilhéus. Não existe cultura independente do povo, a cultura é expressão de um povo. Mas não é tão simples assim, pois nós realizamos uma reunião aqui na Fundação, convidamos muita gente, mas não apareceram tantas pessoas assim e, num caso como este, não vale só a representatividade, cada um é um.

AR - Na Lei Orgânica do Município constam ações que obrigam o município a realizar concursos literários e artísticos. É possível desenvolver essas ações?
ML - Claro que é possível. Mas, veja bem, foi feito um concurso de monografia com prêmio de R$ 10.000,00 em dinheiro e a publicação do livro. No primeiro ano muitas pessoas se inscreveram, inclusive eu, pois ainda não trabalhava aqui. A vencedora foi a professora Edilece Couto com a monografia A Puxada do Mastro. Foi comentada a qualidade dos trabalhos que foram muitos, alguns inclusive com indicação para publicação. O meu, um trabalho sobre Jorge Amado, vai ser publicado pela Editus ainda este ano. No segundo ano, foram quatro ou cinco inscritos, sem nenhuma qualidade, que não foram classificados. Este ano só houve um trabalho inscrito, sem valor literário. É preciso trabalhar com qualidade, pois não se pode premiar qualquer trabalho.

AR - Ainda falando sobre a Lei Orgânica, há um item que obriga prédios com mais de três andares a ter na entrada obras de arte de artistas regionais. O que fazer para cumprí-la?
ML - Organizar, em primeiro lugar, os sindicatos; depois procurar os órgãos competentes e, aí sim, fazer cumprir a Lei, pois sabemos que neste país leis existem muitas, mas nenhum compromisso com o cumprimento delas. E também ter o cuidado de não “obrigar” a pessoa a comprar algo que não gostou. Não se promove arte e cultura impondo nada.

AR - Nós sabemos que o artista merece uma atenção especial, um certo namoro. É possível estabelecer essa aproximação?
ML - Acredito que sim, estou disposta a fazer este trabalho, pois sempre me relacionei muito bem com a classe. Só não sei se terei tempo suficiente, pois este “certo namoro” demanda tempo e o meu aqui não será tão grande.

AR - O cadastramento dos artistas é interessante. Mas o cadastro terá apenas essas funções?
ML - Acredito que a função do cadastro é informar e quantificar. Se ele terá outra função ainda não pensei nisso.

AR - Observamos que muitos artistas surgem ainda criança, nas escolas. É possível realizar um trabalho para estimular e aproximar o estudante da arte?
ML - Este me parece um trabalho a ser feito com urgência e com freqüência. Quantos talentos não terão se perdido ao longo dos anos, por falta de oportunidade ou por faltar alguém que o descobrisse?

AR - Muito se fala na falta de recursos. A senhora acredita que com poucos recursos será possível desenvolver um trabalho sério nessa área?
ML - Acredito que sim, caso contrário não estaria no cargo. Nós sabemos que a cultura é uma manifestação que nasce no grupo social, na comunidade e, muitas vezes, extrapola as fronteiras do próprio país. No mundo atual, com o fenômeno da globalização, as manifestações culturais estão sofrendo influência deste fenômeno e há uma tendência, forte, de manifestações culturais se perderem pelo apelo cultural de outros grupos.

AR - Como assim? Dê uma exemplo...
ML - É o caso, por exemplo, do Japão. Um povo que possui uma cultura forte, muito própria e milenar, de repente se vê invadido pelo rock, pelos hábitos americanos que, aliás, estão se impondo no mundo inteiro. Por conta desses problemas devemos buscar o reforço da nossa cultura para poder preservá-la. Creio que seja este o trabalho maior que uma fundação cultural possa realizar: trabalhar com as escolas, com os grupos folclóricos, com os artistas locais, de modo geral, valorizando o trabalho destas pessoas e buscando viabilizar a divulgação destes trabalhos. Para esta realização não é necessário tanto dinheiro, mas buscar os canais certos e parcerias.

 

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