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17.Janeiro.2003

"A universidade federal significa novo padrão"

de ensino superior no Sul e Extremo-Sul da Bahia, diz o deputado federal eleito e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia, Josias Gomes. O parlamentar tem na cabeça as idéias-mestras de uma universidade federal, argumentando que a Bahia neste particular, está atrás de Pernambuco e muito, muito mesmo, de Minas Gerais.
       Aos que se preocupam com possíveis incômodos que a implantação de nova escola superior causaria à Ceplac, Josias Gomes esclarece que nada substitui a Ceplac, uma instituição que continuará a trabalhar dentro de seus objetivos. Quanto à Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), ele afirma que o projeto em gestação criará concorrência positiva com outras unidades de ensino disponíveis, pois a universidade federal é um parâmetro, é um horizonte a ser alcançado pelas outras.

       Sobre a substituição de cargos na Ceplac, Josias Gomes diz que vai manter entendimentos com os fazendeiros, mas mostra uma posição fechada: Todos os dirigentes serão substituídos, a velha guarda já cumpriu seu papel, a hora é para outra geração de dirigentes. Os debates que vamos manter serão em torno dessa premissa.

A Região - O senhor pretende apresentar um projeto de universidade federal para a região. O que justifica essa idéia?
Josias Gomes - A região tem 2 milhões de habitantes e a única universidade federal disponível é a UUBa, a mais de 400 quilômetros de distância de Itabuna. Somos um Estado semelhante, em área geográfica, a Minas Gerais, e enquanto Minas tem oito universidades federais, nós só temos uma. Já possuímos alguma infra-estrutura a partir da utilização do grande aparato técnico e científico do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec).

AR - Vamos, neste particular, concorrer com Minas Gerais?
JG - Claro que não pleiteamos oito universidades federais, até porque esse espaço tem sido ocupado pelas universidades estaduais, mas precisamos preencher a lacuna existente no ensino de terceiro grau. Observe que ao Norte, Juazeiro já teve ocupado esse espaço da universidade federal, mas o Sul e o Extremo-Sul continuam descobertos. É nessa lacuna que vamos atuar, transformando essas regiões em importantes centros de educação superior.

AR - O que de fundamental a nova universidade traria para o Sul e Extremo-Sul do Estado?
JG - O que nos move é a boa qualidade dos cursos. Com a proliferação das escolas particulares, entendo que a universidade pública tem perdido qualidade. A universidade federal entre nós criará uma concorrência positiva com outras unidades de ensino disponíveis, pois a universidade pública é um parâmetro, é um horizonte a ser alcançado pelas outras.

AR - Espera-se que a Uesc ofereça alguma espécie de resistência a essa idéia?
JG - A Uesc não resiste. A criação da universidade federal eleva a oferta de cursos, fortalece a idéia de um pólo de educação superior, atrai estudantes de vários pontos do Estado. É portanto um assunto que interessa às mais diversas camadas da sociedade do Sul e Extremo Sul. Vou conversar com o governador do Estado sobre o assunto, pois acredito que sua colaboração será muito importante para implantar o projeto.

AR - Há quem veja o projeto como algo que ofuscaria a Ceplac...
JG - Nada substitui a Ceplac, uma entidade fortemente ligada à reconstrução da região, uma idéia que vem dos tempos de Inácio Tosta Filho, um mecanismo que deu vida extraordinária à sociedade sul-baiana. O que se admite é a cessão de espaço ocioso, mas nada que interfira com suas funções. Aliás, esse exemplo de convivência de escola federal com outras instituições já tem exemplo em Belém do Pará.

AR - Cada entidade mantém suas funções específicas...
JG - Exato. A Ceplac não é universidade, mas uma instituição basicamente de pesquisa e extensão, e continuará dentro de seus objetivos. Isto não está em discussão no momento. A universidade sim, será objeto de discussão sobre abertura de cursos complementares ou adaptar os que já existem na região. Para tanto preciso ainda tomar conhecimento dos detalhes do projeto de Waldeck Ornellas, conversar com o governador Paulo Souto, conversar com as pessoas interessadas. O projeto nasce aqui na região, não pode ser uma decisão vertical, determinada a partir de Brasília.

AR - Como está a questão dos 893 cargos federais na Bahia?
JG - Os cargos federais na Bahia serão mudados até abril: imediatamente, os cargos de direção a exemplo de diretor da Ceplac e presidente da Codeba, e posteriormente os escalões menores. Será a maior modificação no serviço público federal em toda a história do país. Nem na Revolução de 30, na Nova República ou no governo de Fernando Henrique Cardoso, há exemplo de tamanha ruptura institucional. Será uma profunda alteração de pessoas e de métodos administrativos, até mesmo porque estamos fazendo uma transição de política econômica, saindo de um modelo monetarista para a visão desenvolvimentista.

AR - E os critérios para o preenchimento desses cargos?
JG - Competência é fundamental. É fundamental também que o dirigente não tenha qualquer vinculação com atos de improbidade. Ou o candidato tem as mãos limpas ou não entra no governo. Para isso vamos ficar atentos também à imprensa, às informações públicas sobre o candidato. E não se pode esquecer a identificação com o programa de governo. Não queremos nenhum Frankenstein. Não basta ser técnico, é preciso ter essas outras qualidades.

AR - Que visão o senhor tem da Ceplac, principal órgão federal da região?
JG - Os sucessivos governos foram desaparelhando a engrenagem montada com recursos dos fazendeiros. A retirada do imposto que mantinha o órgão criou dependência do orçamento, fez minguar os recursos, levando a Ceplac a perder seu papel. Trata-se do maior êxito de intervenção federal, só comparável à importância da Sudene em relação ao Nordeste. É urgente recuperar as funções da Ceplac, pois ela não existe em si, mas como prestadora de serviço.

AR - E quanto ao nome que vai dirigir a instituição?
JG - Como o cacau é o fundamento econômico maior da região, a indicação de um nome para dirigir a Ceplac será objeto de discussão com os fazendeiros. O que é certo é que todos os dirigentes serão substituídos, a velha guarda já cumpriu seu papel, a hora é para outra geração de dirigentes; os debates que vamos manter serão em torno dessa premissa. Não é que os antigos não sirvam mais, é porque é imperioso renovar o quadro de dirigentes.

AR - Dizem que o governador Paulo Souto está ultimando um projeto sobre cacau e a Ceplac...
JG - Não sabemos de intenções do governo do Estado quanto ao cacau, mas acho louvável a adoção de medidas que saiam das palavras para a ação. Somos uma região economicamente muito importante, a segunda do ponto de vista eleitoral, e desde 1986, com Waldir Pires, não temos um secretário de Estado. Paulo Souto já anunciou quase todo seu secretariado, sem incluir ninguém da região. Se há preocupações com a Ceplac, isso é positivo.

AR - Mas essa preocupação incluiria nomear o diretor...
JG - Assim, não há nenhuma hipótese, devido às alterações que vão ser processadas no Brasil. A linha mestra é justamente o desmonte das oligarquias que infernizam o país como Nação. As coisas serão mudadas, embora em termos de macropolítica, sem enfrentamentos, sem mesquinharias. Queremos colaboração, mas deixando claro que eles têm um mandato para dirigir o Estado e nós temos um mandato para dirigir o Brasil. Os cargos federais serão substituídos, numa decisão do presidente e do ministro-chefe da Casa Civil, até o quarto escalão, não tenham dúvidas disso.

 

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