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Cientistas da Universidade de Leicester, na Inglaterra, e da Universidade Al-Quds, em Jerusalém, avaliaram os efeitos dos confrontos na Faixa de Gaza sobre adolescentes e observaram que a exposição a ambientes devastados pela guerra tem efeitos duradouros sobre a saúde psicológica dos jovens, segundo artigo publicado na
Arab Journal of Psychiatry.
Os pesquisadores investigaram quais experiências traumáticas eram mais comuns entre palestinos de 15 a 18 anos – em uma amostra de 158 meninos (44,1%) e 200 meninas (55,9%). Descobriram que a maioria havia visto imagens de corpos mutilados pela televisão, foi exposta a bombardeios ou, quando não, viu estragos causados por ataques com bombas e ouviu o som aflitivo de aviões de caça. Os pesquisadores constataram que a maioria desenvolveu transtornos de ansiedade – entre as meninas, particularmente, foi verificada maior incidência de sinais de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) – conjunto de sintomas ansiosos que surge depois de uma vivência excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica.
As universidades Leicester e Al-Quds estudam em parceria as consequências da guerra sobre a mente dos jovens há 15 anos. “Todos os estudos mostraram consistentemente o impacto de traumas de guerra, que são exacerbados pela pobreza, que é endêmica em Gaza. Cada ciclo de violência tem efeito cumulativo sobre as crianças e jovens”, diz um dos autores, Panos Voustanis, da Universidade de Leicester. “São afetados também pela maneira como os pais respondem, pela privação de necessidades básicas e pela sensação de impotência.”
Saiba mais sobre o tema na matéria
Psicologia em tempos de tragédia, de Erane Paladino e José Toufic Thomé.
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