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De maneira inata, os animais tendem a demonstrar comportamentos específicos de acordo com seu gênero. Entre os mamíferos, por exemplo, as mães costumam acolher e alimentar seus filhotes após o nascimento. Porém, segundo estudo publicado no
Proceedings of the National Academy of Sciences USA, endocanabinoides – agentes químicos cerebrais ativados pelo tetrahidrocanabinol (THC), princípio ativo da maconha – podem influir nesse tipo de comportamento.
A psicóloga Desiree Krebs-Kraft, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, selecionou ratos machos e fêmeas com 4 dias de vida e contou o número de células cerebrais chamadas glias em divisão ativa na amígdala medial – área responsável por regular diferenças sexuais em roedores jovens. Em adultos, a área está relacionada ao acasalamento, à criação de filhotes, à agressividade e à territorialidade.
A pesquisadora constatou que as fêmeas, em geral, tinham mais glias em divisão em comparação aos machos. Porém, após os roedores terem ingerido substâncias que simulam a ativação dos endocanabinoides pela Cannabis, a taxa de divisão celular foi a mesma nos dois grupos. Além disso, foram observadas alterações comportamentais: machos jovens normalmente brincam mais que as fêmeas, mas as que receberam a droga se divertiram exatamente como seus companheiros. Curiosamente, os machos – que apresentam níveis mais altos de endocanabinoides no cérebro – não mostraram nenhuma alteração.