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18.Fevereiro.2017

Greve da Santa Casa termina com queixa

de atendimento negado a um bebê que estava muito doente. A greve dos 1.800 funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna chegou ao fim nesta sexta, 17, depois que a Prefeitura de Itabuna finalmente quitou o pagamento pelos serviços prestados ao SUS.

Os funcionários entraram em greve no dia 14 porque não tinham recebido o salário de janeiro. A Prefeitura de Itabuna não tinha pago pelos serviços de dezembro e janeiro, por isso 70% dos empregados estavam parados e as cirurgias suspensas.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Itabuna e Região (Sintesi), a paralisação tinha afetado a maior parte dos serviços nos hospitais Calixto Midlej Filho, Manoel Novaes e São Lucas, todos pertencentes à Santa Casa.

O pagamento pelos serviços prestados em dezembro deveria ser feito em janeiro e os deste mês em fevereiro. “São valores relativos à prestação de serviços aos usuários do SUS, nas áreas de nefrologia, CTI, oncologia e cardiologia, entre outras, segundo a Santa Casa”.

Os sindicalistas exigiam que a entidade tomasse medidas firmes contra o município. Eles acham que o atendimento deve ser interrompido sempre que houver atraso. “Ou a instituição, como tantas outras pelo país, acumulará déficit negativo e ficará inviabilizada”.

Descaso médico

A greve da Santa Casa gerou queixas de quem necessita usar os hospitais. Entre elas, a do presidente da Câmara de Itabuna, Francisco Reis, que precisou de atendimento para sua filha recém-nascida, Eloísa, que estava vomitando e com falta de ar.

Ele conta que chegou ao Hospital Manoel Novaes à noite, com a esposa Laíza e a bebê. Mesmo diante de um quadro obviamente preocupante, os plantonistas negaram atendimento. A criança teve uma crise no próprio hospital e Laíza saiu procurando um médico.

Ela entrou na área interna, mas foi ignorada pelas pessoas que estavam no local, que se recusaram a chamar um médico. Segundo Laíza, ela chegou a ouvir deboches dos funcionários e foi chamada de “louca”.

Um bom tempo depois, a bebê foi atendida, porém Francisco Reis acredita que isso só aconteceu porque ele é vereador. “Não é justo que o atendimento de saúde, serviço essencial, seja negado às pessoas”. Laíza acrescenta que, quando conseguiu o atendimento, ele foi feito “com indiferença”.

“O pediatra plantonista foi até ignorante”. Ela foi encaminhada para tirar um raio-x e na volta encontrou todos reunidos. “Não sei o que aconteceu, mas o atendimento mudou completamente e fui atendida com mais calma pelo médico”.